quinta-feira, 4 de março de 2010

Que primoroso retrato

Nas minhas mãos guardo o riso do teu olhar que, mesmo silencioso e sereno de tanta admiração, fala-me com tão sábias palavras, repletas de firmeza e exactidão.
Na minha mente acautelo a alegria da tua expressão que, mesmo plácida e hirta de tanta actuação, estremece-me com tão ousados gestos, cheios de amparo e acolhimento.
No meu sorriso abrigo o contentamento das tuas palavras que, mesmo poucas e diminutas de tanta comunicação, engrandecem-me com tão avultados sentimentos, apinhados de ternura e ardor.
No meu olhar acarreto a alegria da tua sabedoria que, mesmo cansada e afadigada de tanta assimilação, ensina-me com tão meigos discursos, recheados de paciência e tolerância.
No meu peito trago o júbilo do teu amor que, mesmo ferido e frágil de tanto engano, apaixona-me com tão assíduas presenças, atulhadas de verdade e clareza.
As minhas mãos, a minha mente, o meu sorriso, o meu olhar e o meu peito, são guardiões de uma pluralidade que se assemelha à perfeição mas, duas índoles embebidas numa singularidade apaixonante, voluptuosa fica essa paixão tão autêntica.