quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Rimar com sinceridade


A tua súbita e repentina chegada
Presentou a minha existência
E como foi tão sonhada, tão fantasiada…
Que pontapeada foi a minha teimosa impaciência.

Cansado e fragilizado estava o meu coração
De tanta crueldade que lhe foi imposta
Desesperado e preso estava às amarras da solidão
Quando apareceste tu e foste resposta! 

Tornaste a minha essência fulgente
De alegria estou a arrebentar
A minha missão é preservar-te eternamente
Como é tão bom isso aceitar.

Rejuvenescido ficou o meu genuíno âmago 
Quando te tornaste detentor alegre do meu sorriso
No teu tão ternurento olhar divago
Porque só tu e eu vivemos nesse descomunal paraíso.

Rendido fiquei quando fui o escolhido
Para fazer parte de uma felicidade tão admirável
A Deus estou genuinamente agradecido
Pois pensava eu que tal era irrealizável.

De tanto êxtase me apetece gritar
Até que ensurdecidos fiquem os mais invejosos olhares
A nossa mágica amizade será espalhada pelo ar
Para que à noite atinja infinitos luares!




quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Kingdom

Ó rei do meu coração, és imperador da minha vida, governador do meu sorriso, soberano da minha felicidade! Dono do meu império, senhor dos meus sonhos, detentor das minhas fantasias! Majestoso nas atitudes, soberbo nas palavras e gracioso nas intenções, dás vida ao meu rosto dantes cansado e fazes iluminar o meu olhar outrora entristecido. Irradias o meu dia e do meu pensamento nunca te distancias. Rica alma possuis e afortunado me deixas com tanta vontade de me querer. Colorido deixas o meu tão genuíno âmago e aromatizado deixas a minha tão pura natureza! Engaiolado e preso às amarras da infelicidade estava e de rompante, com uma postura corajosa, puseste-te à frente dos teus cavaleiros, pronto para batalhares por mim! Libertaste-me, conquistaste-me! Trouxeste-me esperança e vontade de viver! Serves-te da tua sabedoria, força, riqueza e honra para a ausência de limites ser alcançada. Entendes as limitações do meu reino e nunca exerces o teu poder fora das suas fronteiras. Encantado e admirado fico com a tão ousada fanfarrice de minha majestade, pois trouxe o meu riso de volta, algo que em tempos, pensara ser impossível. Ainda que desconhecido seja o nosso futuro império, dúvidas não restam quanto à minha querença de ficar enlaçado a ti, meu rei. No trono do meu castelo desejo que permaneças para imperares com a tua tão merecida coroa.  



domingo, 21 de agosto de 2016

Sopro de memórias

Como apagar lembranças que me deixaram tão feliz outrora mas que agora ao recordá-las me deixam tão triste? Memórias tão contentes desejo que se dissipem para que eu possa avançar com a minha vida, mas nunca pensei que fosse tão árduo fazê-lo… Quero? Não, mas sei que é o que está certo! Certo? Dúvidas permanecem.
Imundo de recordações alegres está o meu arruinado coração mas nem sei por começar para o tornar despido de quaisquer sentimentos nefastos, outra vez. Sei que preciso de o limpar e de o arejar, mas ao que parece, de auxílio necessito.
Reminiscências querem-se abalar e desamparado me querem deixar com as minhas tão confidentes e impertinentes palavras que também me traem. Parece que tudo me quer fugir e doí tanto perder algo que para sempre declararei como perdido.
Foram tantas as peripécias que intensificaram e deram sentido à minha vida tão descomplicada e tão simples e, que agora, tendem a abandonar a minha mente tão revoltada para que consiga caminhar em direção do meu tão ansiado e incerto futuro.
Sou possuidor de tantas incandescentes emoções, tantas fúteis angústias, tantas mórbidas fantasias e tantas inúteis memórias que fico amedrontado por estarem tão enraizadas e intrínsecas à minha índole, pois só me fazem recuar. Mas o que eu quero é avançar, progredir e ninguém me explica como! Sozinho saberei.
Vocês taciturno me deixaram, levaram o encanto que possuía em tempos e levaram o melhor de mim. Apagaram a luz que tinha, extinguiram a chama ardente que havia em mim… Um ato severo para vincarem a sua posição e me deixarem abalado. 
Num pranto me desfaço como reflexo da minha impotência em aceitar a minha nova e tão desconhecida realidade, mas se para aniquilar o mal que tais lembranças provocam em mim tenho que chorar vezes sem conta, jorradas serão muitos lágrimas até que a felicidade seja atingida.


quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Verão

Deixaste-me mais sereno,
mais sorridente
até mais quente!

Deixaste-me mais belo,
mais bronzeado
até mais colorido!

Deixaste-me mais auspicioso,
mais sonhador
até mais arrebatador!  

Deixaste-me mais intenso,
mais afável
até mais admirável!

Deixaste-me mais luminoso,
mais cintilante
até mais resplandecente!

Deixaste-me mais destemido,
mais aventureiro

até mais caminheiro!

Deixaste-me mais homem,
mais amadurecido
até mais revigorado!

Deixaste-me mais ousado,
mais fresco,
até mais enigmático!

Deixaste-me mais doce,
mais curioso
até mais misterioso!    

Do meu nublado céu fizeste o meu maior sol!
Obrigado verão!



segunda-feira, 25 de julho de 2016

Decidi e está decido!

Decidi encerrar um ciclo, fechar uma porta e terminar um capítulo. Resolvi deixar no passado marcantes momentos que de forma súbita se transformaram em pó. Decidi deixar de ir à procura de razões que conduziram ao término de determinados acontecimentos e de viver sentimentos que outrora eram veementes. Resolvi deixar de estar parado, permitindo que a vida tome o seu rumo despreocupadamente. Decidi deixar de me sentir culpado e rancoroso com o que se foi embora e que não quer regressar. Resolvi deixar de estar agarrado aos dissabores, às perdas, às derrotas e ao sofrimento, ainda que seja legítimo não pontapeá-los. Decidi deixar de estar imerso na dor e deixar de condenar aquele que a provocou. Resolvi desfazer-me de lembranças vincadas, dando o consentimento para o aparecimento de outras que ocupem o lugar das olvidadas. Resolvi abraçar a minha novata realidade e aceitar as imperfeições do mundo. Decidi começar a substituir a raiva e o medo por algo que possa promover esperança. Resolvi deixar-te partir sem que a tua ausência assombre a minha natureza humana.



Decidi e está decido que doravante, deixarei de ser quem era para me transformar no que sou, custe o que custar!



sábado, 25 de junho de 2016

Intitulável


Quero seguir com a minha vida
Mas inconstante e mutável sou, vulnerável e desequilibrado estou.


Quero facilitar a minha caminhada
Mas tenso e rígido sou, salgado e azedo estou.


Quero sentir que sou capaz de mudar
Mas medroso e inquieto sou, frio e amargurado estou.


Quero abraçar fortemente o futuro
Mas impiedoso e cruel sou, desconfiado e apreensivo estou.


Quero gritar ao mundo o quanto sofro
Mas silencioso e irracional sou, inconsciente e ausente estou.


Quero sair das amarras da solidão
Mas vago e ambulante sou, desamparado e desprezado estou.


Quero certificar-me que tudo vai correr bem
Mas imprudente e errante sou, enganado e insano estou.


Quero apagar a angústia que trago no meu âmago
Mas melancólico e triste sou, introspetivo e inibido estou.


Quero que o meu sorriso volte a brilhar
Mas impaciente e ansioso sou, sufocado e preso estou.


Quero ser testemunho de uma realidade feliz
Mas sensível e fragilizado sou, enfraquecido e quebrado estou.


Quero ser o antagónico de mim mesmo
Mas desprotegido e desanimado sou, preso e quieto estou.


Doravante,
Conseguirei recomeçar?

Tentarei mas é tão difícil! Aguentar-me-ei? 


terça-feira, 14 de junho de 2016

FIM

Chegaste tu sorrateira, vagarosa e silenciosamente! Vieste e nem dei por ti! Por onde andaste que nem ao perto nem ao longe te vi? Porque decidiste aparecer agora? Porquê agora, pergunto-te eu… Em nenhum momento esperei por ti… Em nenhum momento te desejei… Fiz de ti prisioneiro a minha vida toda mas esqueci-me de ti! Cansaste-te? Agora assombras-me! Achas bem? O teu silêncio assusta-me e fazes com que a minha mente dê voltas sem fim em busca da razão da tua inesperada aparição. Fala comigo, peço-te, fala comigo, explica-me tudo! Anos de batalhas conquistadas, de sonhos realizados, de desejos concretizados e… Num ápice perco tudo? Ganhei tanto para tudo perder?

Justiça, agora chamo-te! Onde andas? Serve-te da tua imparcial parcialidade para vires ao meu encontro. Toda a gente te censura e critica porque para fazeres o bem, o mal tens que provocar! Auxilia-me e esbanja a tua sabedoria… Serve-te das tuas normas para sancionar quem em mim provocou danos. Não é esta a tua função? Também não me ouves, pois não?

Eu não pedi nada mais do que aquilo que merecia, não reclamei nada mais do que aquilo que me pertencia, não desejei nada mais do que aquilo que me era permitido desejar. Eu não pedi nada que não estivesse ao meu alcance e agora pregas-me uma partida dessas? Diz-me que é mentira e que não passa de um pesadelo demasiado sombrio, negro e medonho…

Como é que vou aprender a viver contigo? Não conheço outra realidade… Não conheço o mundo nem o que me espera. Conseguirei caminhar sozinho? Tenho tanto medo da solidão, de estar eternamente angustiado e triste… Dói tanto!

Estou cansado de tanto deambular pelo meu amarrotado coração! Estou cansado de vaguear pela minha enegrecida mente! Estou cansado de andar nesse labirinto sem fim em busca de respostas, certezas.

Tantas foram as delícias que me proporcionaste e agora só me trazes sofrimento, mas ao tomar consciência que na vida tudo é assim, é que poderei seguir em frente, sozinho.

Agora sei que tudo, do nada, acaba tal como começou. Uma pálida e estranha sombra paira sobre mim como sinal de que o seu tempo já foi e de que é hora de seguir em frente para começar tudo de novo. Serei eu capaz? Venceste-me agora e eu deixei… Mas espero que um dia seja eu a vencer-te, servindo-me da coerção que a justiça me irá emprestar.


Ó fim, acabaste comigo!






sábado, 14 de maio de 2016

Tento!

Tento ir à procura da felicidade para provar a sua existência.

Tento assumir um compromisso com o meu sorriso para me tornar numa pessoa feliz.

Tento ser honesto com o meu coração para aprender a gostar mais de mim.

Tento parar de me esforçar em não errar para que possa subir calmamente os degraus da minha evolução.

Tento valorizar a minha essência para começar a cuidar do outrem.

Tento ser fiel ao meu retrato íntimo para poder abraçar a beleza que possuo.

Tento parar de pensar no que não fiz para fazer o que mais quero num futuro próximo.

Tento conquistar a minha determinação para alcançar os maiores feitos que a vida tem reservado para mim.

Tento aventurar-me para que o sucesso seja conquistado.

Tento desafiar os meus medos para ir ao encontro dos meus sonhos.

Tento torcer pelas minhas vitórias para garantir que o sucesso me acompanhe.


Tento e tentarei tudo para que o nada se apodere de mim.



domingo, 1 de maio de 2016

Ó coração...

Ó maldoso coração...
Enganaste-me
Mentiste-me
Despedaçaste-me!

Ó perverso coração...
Desafiaste-me
Desiludiste-me
Fragilizaste-me!

Ó falacioso coração...
Atraiçoaste-me
Desencorajaste-me
Partiste-me!

Ó incompetente coração...
Enlouqueceste-me
Enervaste-me
Enraiveceste-me!

Ó desleal coração...
Atropelaste-me
Entristeceste-me
Destruíste-me!

Ó endiabrado coração...
Cicatrizaste-me
Costuraste-me
Torturaste-me! 

Ó frustrado coração...
Amedrontaste-me
Feriste-me
Amarguraste-me!


Porque não és tu substituível?
Porque não és tu estável?
Porque não és tu certo?
Porquê?