Como apagar lembranças que me
deixaram tão feliz outrora mas que agora ao recordá-las me deixam tão triste? Memórias
tão contentes desejo que se dissipem para que eu possa avançar com a minha vida,
mas nunca pensei que fosse tão árduo fazê-lo… Quero? Não, mas sei que é o que
está certo! Certo? Dúvidas permanecem.
Imundo de recordações alegres está
o meu arruinado coração mas nem sei por começar para o tornar despido de quaisquer
sentimentos nefastos, outra vez. Sei que preciso de o limpar e de o arejar, mas
ao que parece, de auxílio necessito.
Reminiscências querem-se abalar e
desamparado me querem deixar com as minhas tão confidentes e impertinentes
palavras que também me traem. Parece que tudo me quer fugir e doí tanto perder
algo que para sempre declararei como perdido.
Foram tantas as peripécias que
intensificaram e deram sentido à minha vida tão descomplicada e tão simples e,
que agora, tendem a abandonar a minha mente tão revoltada para que consiga
caminhar em direção do meu tão ansiado e incerto futuro.
Sou possuidor de tantas incandescentes
emoções, tantas fúteis angústias, tantas mórbidas fantasias e tantas inúteis
memórias que fico amedrontado por estarem tão enraizadas e intrínsecas à minha
índole, pois só me fazem recuar. Mas o que eu quero é avançar, progredir e ninguém me explica como! Sozinho saberei.
Vocês taciturno me deixaram, levaram
o encanto que possuía em tempos e levaram o melhor de mim. Apagaram a luz que
tinha, extinguiram a chama ardente que havia em mim… Um ato severo para
vincarem a sua posição e me deixarem abalado.
Num pranto me desfaço como
reflexo da minha impotência em aceitar a minha nova e tão desconhecida
realidade, mas se para aniquilar o mal que tais lembranças provocam em mim
tenho que chorar vezes sem conta, jorradas serão muitos lágrimas até que a
felicidade seja atingida.