Tenho medo, diversos medos incapazes de se atenuarem!
Tenho medo de ter medo! Tenho medo de temer, recear e de suspeitar algo!
Tenho medo da mediocridade humana que se vulgariza cada vez mais, da sua intolerância, da sua impaciência e da sua denegrição.
Tenho medo e diversos temores!
Temo as viragens, as mudanças, as transformações que se possam cingir nesse mundo tão trivial, tão frívolo e tão desmedido.
Temo viver harmoniosamente com os meus segredos viscerais, temo viver fascinado pelo medo e temo viver com o meu passado refém do meu presente.
Tenho temores e diversos receios!
Receio situações controversas, hesitantes e incertas, por mais que diga que sou o adverso do fracasso, do complexo e do imperfeito.
Receio viver debruçado somente nos meus ignorantes e empobrecidos sonhos, devassando as suas longínquas concretizações.
Tenho receios e dúvidas!
Sinto dúvidas acerca da imperfeição, da desigualdade e da assimetria. Tenho dúvidas em relação aos discursos frios, pérfidos e cruéis, das finalidades dos seus dissimulados remates.
Sinto dúvidas relativamente às minhas demoradas ausências, nessa existência tão dissecada, abominada e tão cinicamente devotada.
Em suma, o meu sonho é devanear pelos meus antagonizados e infindáveis medos!