terça-feira, 29 de abril de 2014

Diluído sobre os quatros elementos

Sou grandiosamente colossal, um relâmpago nas tenções abstratas e abrasamento incapaz de se abolir, uma chama ardente que jamais o vento consegue ora apagar ora estimular.

Sou como rumos extensos e perduráveis, feito de afeições adjacentes com diversas capacidades de sobrevivência. Sou o mapa das estradas desconhecidas, conhecedor de caminhos nunca antes passeados.

O universo é o meu areal, desmedido nas paixões e deleitoso no amor que se dilui nas ondas que se desfazem nas falésias. Sou sereno e terno, aquele que é a favor da subsistência do indefinido.

Sou uma ameaça para o enfado, um eterno passageiro que o que mais aprova nas suas viagens é a emoção das partidas, o seu trajeto e não o propósito.


Sou transparente, sou a expansão e a flexibilidade em forma de ar, aquele que sopra calmamente capaz de arrepiar qualquer superfície humana, aquele que é inconstante e inesperado, sou uma aragem e um vendaval.



quinta-feira, 3 de abril de 2014

Felicidade minha

Chegas mesmo sem chegares
Apareces mesmo sem apareceres.
Surges no sossego da noite,
No alvoroço do dia,
No súbito das horas.

Admiro-te à distância
És algo que se recusa a ser engaiolado.
Vejo-te desprendida, libertina, feroz
Atinges vagarosas mas tão rápidas velocidades
E a tua graciosidade é uma singela forma de te ter.

Enroscas-te nos pingos chuva
Que fazem purificar até as almas mais negras.
Por vezes cais e fazes magoar
Para acordares o que estava adormecido
Para te cingires na minha índole.

Não te consigo definir,
Não te consigo chamar.
Não tens nome, nem tens designação.
Surpreendes e fazes surpreender
E em pouco dizes tudo.