Aquela gaveta…
Aquela gaveta de pura realidade,
de pura sensibilidade, de puro amor. Guardadora de um tesouro inigualável e
possuidora de um segredo tão à vista de todos mas que à minha, estava tão
escondido, tão esquecido!
Aquela gaveta cheia de nada mas
que vinca a presença de uma lembrança inolvidável, que insiste em me chamar constantemente,
dia após dia e eu deixei de reparar que ela ali estava!
Aquela gaveta involucrada que só
a mim me pertence está acessível ao mundo curioso que tenta cuscar todo o seu
conteúdo precioso, de valor inquantificado e eu cego, enciumado com tanta curiosidade
em descobri-lo, esqueci-me da sua existência!
Aquela gaveta inquieta,
irrequieta e incansável que aos saltos está para que deslumbrado fique com todo
o seu conteúdo, quando penso que a vislumbro, desvio o meu olhar daquele tão
específico lugar!
Aquela gaveta repleta de
ternurentas palavras, promessas tão cheias de verdade e desejos tão sinceros,
insiste em aparecer mesmo quando me esqueço dela!
Perdoa-me se me esqueci de espreitar
aquela gaveta que tanto amor guarda!