quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Mediocridade humana

Deambulando num universo em que a simplicidade é a mais condenada, em que a autenticidade é a mais invejada, em que o miserável é o mais dependente e em que a moral é a mais nefasta, consegue-se absorver um odor que transporta insensibilidade e mediocridade. Repleto de falsa modéstia e de vazias ações, o ser contemporâneo, desprovido de sensatez, tende a saber menos do que pensa e tende a errar mais do que calcula. Ele permanece pouco neste universo e nem se apercebe que tem pouco tempo de deixar de ser precoce, impetuoso, insignificante, invejoso. Não tem tempo para testemunhar determinados acontecimentos, não tem tempo para presenciar certos feitos e apenas sofre, inveja e, erra o insuficiente para aprender. A inveja provém do ser que ambiciona a felicidade alheia, as virtudes insaciáveis, nutrindo um sentimento tão perverso que nem tem tempo para se aperceber que é tão triste carregar tamanha repugnância, tamanha melancolia, tamanha dor. Tentando encontrar um responsável para acarretar com as consequências das suas errantes ações, tentando engaiolar o progresso e o sucesso do outrem para que se possa engrandecer, tentando encobrir a frustração que sente para que os seus heróis não o impeçam de caminhar, tentando desejar o fracasso dos mais frágeis, jamais encontrará a verdadeira essência de um ser genuíno, puro e autêntico.


1 comentário:

Anónimo disse...

Apesar de retratar a mediocridade existente nalguns seres, está lindíssima a forma como o fizeste.

Muitos Parabéns pelo teu modo de escrever :)