Deambulando num universo em que a
simplicidade é a mais condenada, em que a autenticidade é a mais invejada, em
que o miserável é o mais dependente e em que a moral é a mais nefasta, consegue-se
absorver um odor que transporta insensibilidade e mediocridade. Repleto de
falsa modéstia e de vazias ações, o ser contemporâneo, desprovido de sensatez, tende
a saber menos do que pensa e tende a errar mais do que calcula. Ele permanece pouco
neste universo e nem se apercebe que tem pouco tempo de deixar de ser precoce, impetuoso,
insignificante, invejoso. Não tem tempo para testemunhar determinados
acontecimentos, não tem tempo para presenciar certos feitos e apenas sofre, inveja
e, erra o insuficiente para aprender. A inveja provém do ser que ambiciona a
felicidade alheia, as virtudes insaciáveis, nutrindo um sentimento tão perverso
que nem tem tempo para se aperceber que é tão triste carregar tamanha repugnância,
tamanha melancolia, tamanha dor. Tentando encontrar um responsável para acarretar
com as consequências das suas errantes ações, tentando engaiolar o progresso e
o sucesso do outrem para que se possa engrandecer, tentando encobrir a
frustração que sente para que os seus heróis não o impeçam de caminhar,
tentando desejar o fracasso dos mais frágeis, jamais encontrará a verdadeira
essência de um ser genuíno, puro e autêntico.
1 comentário:
Apesar de retratar a mediocridade existente nalguns seres, está lindíssima a forma como o fizeste.
Muitos Parabéns pelo teu modo de escrever :)
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