sexta-feira, 5 de junho de 2009

Coração ruidoso

Bate bate sem parar, nunca cessa e nunca se ausenta. Bate bate como louco, nunca descansa e nunca se abala. Bate bate sem repousar, nunca omite e nunca se comanda. Bate bate e… Era uma vez um coração endurecido e medonho, refém de uma doce prisão, gélida e grisalha, de tanta desiludida paixão. Prisioneiro de uma batalha sem fim, ilude-se com tanto ódio rancoroso, de acesso interdito, envidraçado e saturado que se abolirá com tantos destruídos sonhos. Viaja viaja sem destino, perde-se mas nunca cogita. Viaja viaja sem propósito, desnorteia-se mas nunca acalenta. Viaja viaja sem desígnio, padece mas nunca falece. Viaja viaja e… Era uma vez um coração destruído e fustigado, mas nunca desistindo, bate bate, viaja viaja e sem nunca se renunciar, sorri e brilha, desejando viver por mais e mais, voando e voando, à espera de uma célere aterragem atenuada, pousando de um jeito deleitoso no pilar da gloriosa honra, clamando os mais grandiosos vocábulos sem nunca tropeçar nas palavras a proferir.


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