sexta-feira, 12 de junho de 2009

Lábios meus

Lábios meus, cerrados e enclausurados ao recear pelas palavras a proferir, inundados de posturas inopinadas e reflexões inesquecíveis. Lábios meus, tenebrosos e aprisionados, guardadores de verdades prevalecidas, que receiam clamar pela inocência das complexidades da vida. Lábios meus, silenciosos e isolados que estremecem ao avistarem a mentira acanhada, abastecidos por sonhos escassos e caminhos riscados. Lábios meus, apaixonantes e voluptuosos ao descobrir a sensualidade dos beijos deleitosos e do calor de cada aconchego. Lábios meus, afáveis e risonhos ao habitar no contraste de lágrimas brotadas, invadidos pela linguagem anelada de profundas memórias. Lábios meus, harmoniosos e fantasiosos ao recear pela beleza sedutora, regados pelo mel que se alastra na sua cor tão rosada. Lábios meus, enaltecidos e soberbos ao bramar pelos intrusos traços, cercados de inspirados sabores e caminhados por língua preguiçosa. Lábios meus, merecidos e rendidos, capturando fascínios consagrados, fabricados pelo calor incendiado e aferrados por viagens ensandecidas. Lábios meus, entorpecidos e amedrontados ao temer o adormecido universo, robustecidos por contrários odiosos e aspirantes sofredores. Lábios meus, espirituais e intensos, encaminhados pelos cavados delineamentos e guarnecidos pelas puras glórias, vertendo fracassadas paixões.




1 comentário:

Filipe Fernandes disse...

Genial!

Parabéns ;)

Um abraço Phillipe Pereira Fernandes