terça-feira, 21 de julho de 2009

As mãos sábias

As mãos…

As minhas mãos…

As mãos que contemplam os mais envolventes carinhos, apreciando a modéstia de cada terna afeição.

As mãos que desenham as mais genuínas sensibilidades, delineando o esboço de cada autêntica susceptibilidade.

As mãos que tecem os mais consoláveis sonhos, bordando o aconchego de cada ímpar imaginação,

As mãos que moldam as mais silenciosas preces, ajustando o som de cada lamentável súplica.

As mãos que agarram os mais dignificados gestos, segurando o teor de cada engrandecida atitude.

As mãos que acolhem as mais erguidas felicidades, albergando a natureza de cada luminoso júbilo.

As mãos que constroem os mais acalentados risos, arquitectando o desenho de cada expansiva gargalhada.

As mãos que estabelecem os mais alheios limites, celebrando as normas de cada abstracto término.

As mãos que escrevem os mais agasalhados verbos, ortografando as letras de cada embrulhada palavra.

As mãos que oferecem as mais saudosas seguranças, presenteando o enternecimento de cada nostálgica certificação.

As mãos que ferem as mais acariciadas ilusões, castigando a imprecação de cada amaldiçoado engano.

As mãos que suportam os mais humedecidos choros, sustentando a tristeza de cada amargurada lágrima.

As mãos que reflectem os mais singulares amores, espelhando o significado de cada peculiar querença.

As mãos que sinalizam as mais suaves vontades, indicando o caminho de cada deleitoso desejo.

As mãos que transmitem as mais deliciadas perturbações, noticiando o adverso de cada aprazida atarantação.

As mãos…

As minhas mãos…

As mãos de um simples velejador que o que mais admira no mundo, é a sua deliberação em divagar com elas, porém assustadas de enfrentar as mais atrozes veracidades.


1 comentário:

Anónimo disse...

...a música é grande escolha!