quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Inócua ventura

Do meu olhar rebolou uma lágrima jovial afivelada por um fio de segredos escondidos, dispersos mas contentes. Percorreu a verdade que me impedia de marchar, escorrendo pelo manto do meu persuasivo rosto, esvaindo-se nos meus lábios, selados pelos sinais de uma prematura alegria, guardiões do meu robusto interior. Auferiu profundeza no que parecia tão aparentemente superficial, avultou-se no meio de diminutas melancolias, levando consigo os fragmentos que enegreciam os meus ilustres pensamentos. Enfadada do mal eterno que as minhas passageiras tristezas causaram, vozeou pela equidade de um inquestionável merecer, aclamando pela ausência de desacreditados desejos, agregados à mediocridade do meu pretérito tão esquecido. Rebolou deixando vincadas marcas, franzindo um futuro tão próspero, tão aproximado da minha secreta e desconhecida felicidade, aquém dos meus amedrontados e vulneráveis entendimentos.


3 comentários:

Anónimo disse...

Esta música foi a que ouvi.. e ouvi... e chorei... chorei... quando há uns anos soube que não iria conseguir vir trabalhar para os Açores...;) vá-se lá saber porquê...:) Felizmente mais tarde consegui... e aqui estou... p'ra ficar!:)

FRAg® disse...

Já faz tempo que nada me alegra a ponto de trazer-me lágrimas aos olhos!

Belo texto!

Rodrigo Barbosa disse...

Será que foi pr'a ficar?