quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Pedaços de uma particularidade

Num devaneio com que me deparo constantemente, na expectativa de obter novas réplicas das respostas que à partida já concebo, tento imergir na ausência da tua essência perdida, embora com a tua fragrância avivada, o intuito de desfragmentar essa singularidade que nutro por ti, distribuída em pequenas pluralidades infinitas. 
Desde que te foste e apesar de por vezes não conseguir progredir sem ti, deixei de viver na penumbra e rendi-me à voz da saudade, tornando-a esbatida sempre que quisesse revelar-se. Enquanto caminho e inovo sem ti, uma brisa por vezes vem ao meu encontro, sem qualquer entendimento e faz-me rebolar no meio de impressões voluptuosas e perturbações lascivas e, é aí que vivo num delírio, circulando num espaço vazio e nebuloso, sem a tua comparência vincada. 
Com a minha audácia vazia e cheia de nada, finalmente consegui colocar uma fractura na ilusão do nosso amor olvidado, tentando fazer com que o esquecimento ténue siga a sua rota bem desviada da minha e que num suspiro meu e lamentação minha, se despeça de mim.
Sintetizando tudo o que passamos juntos, actualmente, os meus pensamentos deixaram de ficar enclausurados à reminiscência do nosso desfecho desarmonizado e desafinado. Essa recordação desapareceu aos poucos e tornou-se num mero fragmento de anseio, delineado num pretérito extinto. 







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